segunda-feira, 28 de março de 2011

Sem Você



Acordar amanhã pra que?
Se você não vai estar ao meu lado, pra ouvir meu bom dia.
Sem você, eu não sei que caminho seguir.
E continuar vivendo por que?
Se a cada dia eu sinto mais a sua falta.
Eu quero dormir pra sempre, 
até que as rosas sequem e percam o seu perfume.
Eu quero me afogar em lágrimas,
até que essa dor passe e meu passado vire cinzas.
Pra onde devo ir, pra que lugar devo correr?
As vozes...
que tentam persuadir.
'Eu Te Amo mais do que posso dizer'

Sobre a Morte e o morrer


Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de
um ser humano? O que e quem a define?

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

Desejos


Desejo a ti que cada dia 
seguinte
seja muito melhor que o anterior
Desejo que aprenda com tudo


nessa vida
Desejo que se algum dia você cair frente a uma pedra
Levante-se


e siga seu caminho
E que caso retorne lembre-se de onde pisar
Desejo


que se chorar, derrame suas lágrimas no chão
E que suas lágrimas 
germinem
e tornem-se uma grande árvore
Desejo que se for derrotado em
uma batalha
Levante-se, cure suas feridas e, retorne a guerra

que saia vencedor 
Desejo que viva cada dia como se fosse o último 
E


que ao chegar ao fim da jornada
Olhe pra trás e dia:
Valeu a
pena!


By ZÉÉÉÉ ELIAS
http://emalgunsinstantes.blogspot.com/

Não tente entender


são só palavras vagas, enquanto a dor e a solidão me consomem.
E eu só me pergunto porque todos os dias eu tenho que voltar àquele dia,em que nada mais realmente me importava. 
Eu não pretendo seguir em frente.
Eu só quero destruir tudo a minha volta e, eu não irei perdoar ninguém.
Corra! 
Grite! 
Tente se libertar.
Eu te peguei e não irei mais soltar.
Porque eu estou cansada dessa merda!
E nada mais faz sentido.
Porque eu me perdi no nada dentro de mim.
Não tenho mais nada, já perdi tudo o que tinha, mas tenho muito a lhe oferecer.
Eu lhe dou raiva, ódio, desprezo, rancor e uma vida feita de mentiras.
Não quero mais suas desculpas, nem os seus perdões.
Quero apenas que você Chore, Grite e Corra o mais rápido que puder, pois eu estou bem atrás de você.
E não irei te deixar até que eu te leve ao lugar mais fundo desse poço, em que você nos colocou.
Vire a página e tente escrever seu fim.
Mas apenas saiba que eu já tracei o seu destino.

domingo, 27 de março de 2011

Welcome to my SILENCE





Se o meu silêncio não lhe diz nada
Todas as minhas palavras também lhe serão inúteis


Não me pergunte nada, absolutamente NADA!
Não queira saber como estou, de onde vim ou pra onde vou
Não...
Eu não quero falar, 
quero apenas o silêncio.
Aquele que faz a verdade aparecer e deixa transparecer uma lágrima.
O silêncio que as vezes mata ou provém da morte.
Esse silêncio que é sufocante
e faz minha alma gritar.


Tudo é silêncio quando...
...A presença de qualquer som incomoda
...A esperança parece um sonho distante
...Velas queimam


Oh! silêncio que tanto amo,
tome-me em seus braços e me acolha em seu coração.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Enjoy The Silence


Words are meaningless and forgettable   
 Words are very, unnecessary  
 
They can only do harm
Palavras são insignificantes e esquecíveis
Palavras são muito desnecessárias
Elas só nos causam desgostos

quarta-feira, 2 de março de 2011

Comédia Humana


COMÉDIA HUMANA

a dantesca comédia humana
por tão pouco se discute
quem tem a vida na mão,
quem a morte tem aos pés;
por tão pouco se quer saber
quem se faz porco,
qual porco se faz gente;
por tão pouco se ilustra
a alma bem-vista,
a bem-vista alma maldita;
por tão pouco se fala
dos bêbados esvaindo-se em pranto,
do pranto que não choram tantos;
por tão pouco se comenta:
- dos violentos;
- dos sedentos;
- dos terroristas;
- dos anarquistas…
por tão pouco se cruzam os braços,
e continua,
silenciosamente,
eterna e silenciosamente,
a dantesca comédia humana.

For My Fallen Angel


As I draw up my breath
And silver fills my eyes
I kiss her still
For she will never rise


On my weak body 
Lays her dying hand
Through those meadows of Heaven
Where we ran


Like a thief in the night
The wind blows so light
It wars with my tears
That won't dry for many years


"Love's golden arrow
Ather should have fled
And not Death's ebon dart
To strike her dead"

terça-feira, 1 de março de 2011

Vives na sombra da noite





Escondido de toda a luz
Que possa quebrar o teu encanto
Seduzes as tuas vítimas
Com teu olhar poderoso
Com esse teu jeito maldoso
Derretes o gelo cortante da noite
Com as tuas palavras ardentes
Incendeias nas tuas veias
Toda a maldade e pecado
Que possa existir dentro delas
Apagas de vez o sorriso inocente
Para dar lugar a alguém como tu


Estranho, Sedutor, Maquiavélico
Alguém que domina o mundo 
Apenas no silêncio da noite
Alguém que conquista
o mais puro coração
Com os teus dentes afiados
Tiras a vida humana
mas ofereces vida já morta
Vida que é consumida na noite
E apagada durante a noite
Enganas quem te pede vida imortal
Pois ela só é vida na escuridão das trevas...

Sombras no Escuro









Passos que não se escutam

vozes perdidas no escuro;
corpos que não existem
vidas sem futuro.
Pensamentos que ecoam no vazio
sonhos apenas na mente;
as mãos presas por um fio
coração frio e quente.
E as sombras no escuro que se vêem
são pedaços de céu ensombrado
e as sombras no escuro
caminham no passado.
Ouve-se aqui e acolá um murmuro
vê-se um presente sem futuro;
e viajam por entre o bréu
as sombras no escuro.
Perdidas na madrugada
são chamadas filhas da lua;
no dia não são nada
de noite são a alma da rua.
Quem as vê finge não ver
finge que nada são;
e nasceram para perder
caminham sem pátria nem nação.
Mas no meio de rostos desconhecidos
alguém grita amigo
e os sonhos outrora perdidos
encontram agora seu porto d'abrigo.
E as sombras no escuro
caminham por outra estrada;
e já não existe o muro
nem o vazio que é nada.



by Mr. Ishian Solitary